A N N A  &  M A R I A N A

Sempre sonhei em ter filhos, muitos.
Mas nunca imaginei o "ser mãe".

Parece estranho, mas é exatamente isso.

Só se sabe verdadeiramente o que é ser mãe, quando se é uma.

Aos 32 anos me tornei mãe do meu Gustavo. Ele veio antes, com 35 semanas, de cesariana de emergência.

Foi um susto.

Nada estava pronto. Nem as coisas da maternidade. Nem eu.

Eu chorava de saudade da minha barriga, mesmo estando com meu filho nos braços.

Amamentar era o óbvio pra mim, mesmo com os bicos dos seios planos.

Como eu sabia que poderia ter dificuldades, fiz cursos de amamentação e comprei tudo que me diziam ser útil para amamentar: almofada, pomadas, protetores etc.

E, claro, fissurou, sangrou, chorei e eu morri de dor.

Mas vencemos a guerra e segui amamentando até meu filho desmamar por vontade própria aos 12 meses.

Chorei novamente. Largar o peito de uma hora pra outra?

Não estava pronta de novo.

Passado o choque, descobri o lado bacana de não ter que passar pelo processo de desmame.

Em 2015, com quase 35 anos, recebi novo presente de Deus.

Estava grávida da minha Mariana.

Agora experiente, achei que não teria dificuldades.

A segunda gestação foi bem mais fácil, sem os medos da primeira.

Estava também mais consciente da maternidade.

Estudei mais, fiz cursos sobre parto normal, fiz atividade física e fisioterapia pélvica.

E, enfim, ela veio com 39 semanas de parto normal.

Contudo, contrariando as minhas expectativas, meu segundo pós-parto não foi melhor que o primeiro.

Tive muita dor física e emocional

A experiência da primeira amamentação ajudou, mas não me livrou das fissuras nos dois seios.

Sofri muito mais para amamentar minha filha. As fissuras foram mais graves, meus seios sangravam e eu chorava a cada mamada.

Foram 30 dias de dores nos seios, na pelve e na alma.

Foi um baby blues diferente do primeiro. Mais intenso.

Suponho que tenha sido por ter menos preocupações com minha filha, já que foi um bebê a termo.

Na primeira experiência, eu também sofria com os hormônios e seios rachados, mas, sobretudo, tinha muito medo do meu pequeno ter problemas por ser prematuro.

Hoje, estamos muito bem.

Sou feliz e realizada por ter amamentado meu filho por um ano e por seguir amamentando minha filha até quando ela quiser e eu conseguir.

Sou grata a Deus por ter realizado meu sonho de ter filhos saudáveis e felizes.

E quanto a ser mãe? Bom, hoje, posso dizer que não só imagino o que é ser mãe, como sei e entendo o quão difícil, árduo, prazeroso e transcendental é ser uma.

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