P R I S C I L L A  &  T H E O

Durante os primeiros anos de casamento, ser mãe não estava na minha lista de prioridades.

Era aquele desejo distante, lembrado de temos em tempos mais pela família que pelo casal. 

Quando o desejo finalmente chegou, ele veio com toda a força e imediatismo típico da minha geração. 

Entretanto, não foi de imediato, simplesmente foi. Com alguns percalços e sofrimentos pelo caminho, mas na hora que era pra ser. 

E como foi intenso!

A partir do momento em que vi o resultado positivo do exame, fui tomada por um sentimento maternal puro e sublime, que perdurou por toda a gestação e cresceu exponencialmente com o nascimento do Theo. 

Como era bom estar grávida.

Se encher de expectativa sobre como vai ser o bebê, ser paparicada pelos amigos e pela família, fazer mil planos...

As inseguranças da gravidez, as mudanças no corpo, as noites mal dormidas, as dores do parto normal, tudo valeu a pena, porque culminou nesse amor sem tamanho que só quem vive pode saber. 

E com a maternidade, vieram algumas mudanças.

Primeiro, uma ressignificação da minha relação com minha mãe, por perceber mais claramente sua força e seu amor incondicional pelos quatro filhos.

Então, uma empatia muito grande por todas as mães e, principalmente, por aquelas no puerpério.

Essa é uma fase de contradições e para a qual não há a devida preparação da mulher.

O cansaço extremo, a insegurança, o baby blues, as incríveis dificuldades com a amamentação convivem lado a lado com a beleza da vida, do amor e da doação completa ao pequeno ser em nossos braços.

É a fase em que testamos nossos limites e os superamos por uma causa maior.

É a fase de maior sensibilidade e, ao mesmo tempo, de uma inacreditável força, que só pode ser explicada pela natureza e pelo divino.

Embora seja natural, ser mãe está longe de ser trivial.

Temos que nos redescobrir e nos reinventar dia após dia nessa grande missão de gerar e criar.

Esse é o grande desafio.

Using Format